Quero fazer um teste COVID! E agora?
2021-02-20 2022-07-14 9:35Quero fazer um teste COVID! E agora?
Quero fazer um teste COVID! E agora?
No combate à COVID-19, todos os dias ouvimos falar dos diferentes testes para a doença, das circunstâncias em que são usados, dos seus objetivos e limitações.
Os testes disponíveis e aprovados pelas entidades competentes, atualmente, em Portugal são:
- Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos, conhecidos como testes PCR (polymerase chain reaction): são o método de referência para o diagnóstico e rastreio e confirmam, num contexto clínico e epidemiológico adequados, se há, no momento de realização do teste, infeção pelo SARS-CoV-2 responsável pela doença COVID-19. São testes feitos com amostras recolhidas, através de zaragatoa, da região do nariz e/ou da garganta. Os seus resultados devem ser conhecidos no prazo máximo de 24 horas após a prescrição.
- Testes serológicos: pesquisam anticorpos contra o vírus e que nos dizem se houve uma exposição ao SARS-CoV-2 que o nosso sistema imunitário tentou combater produzindo anticorpos, tenhamos tido ou não sintomas da doença. Estes testes não são utilizados para diagnóstico da doença por COVID-19.
- Testes Rápidos de Antigénio, conhecidos como testes rápidos COVID19: são testes de proximidade que podem ser utilizados quando os testes PCR não estão disponíveis. Os resultados dos testes rápidos são conhecidos após 15 a 30 minutos da realização. Por serem testes rápidos, os testes que detetam o antigénio do SARS-CoV-2 podem ou não ser realizados no mesmo local onde são colhidas as amostras e os seus resultados ficam disponíveis mais rapidamente do que os dos testes PCR, que são realizados em laboratório e necessitam de equipamento próprio. As amostras para os testes rápidos de COVID-19 são de forma semelhante às dos testes PCR: exsudados nasofaríngeo obtido com uma zaragatoa nasal e/ou oral.
Sensibilidade dos testes rápidos para COVID-19
Os testes rápidos são menos sensíveis do que os testes PCR, que só devem ser realizados nos primeiros 5 dias de sintomas (inclusive) e, portanto, a probabilidade de obter resultados falsos negativos é maior.
Assim, em regra, um resultado negativo num teste rápido não permite excluir, por si só, uma infeção pelo SARS-CoV-2. O resultado negativo tem de ser avaliado junto com a restante informação clínica e com o enquadramento epidemiológico de cada pessoa.
Por isso, pode ser necessário realizar um teste PCR depois de um teste rápido negativo. Isto significa que o grau de suspeita de infeção é elevado e que o resultado do teste rápido poderia ser um falso-negativo.
Utilização adequada dos testes rápidos para COVID-19
Embora não tenham a sensibilidade dos testes PCR, os testes rápidos podem ser muito úteis, especialmente:
- Em situações de surto e para testagem repetida de pessoas em situação de risco conhecida, com o objetivo de identificar casos positivos rapidamente e de fazer o seu isolamento para limitar o contágio;
- Quando a disponibilidade de testes PCR é limitada e/ou os seus resultados demasiado demorados para as necessidades clínicas;
- Para diagnóstico de doentes sintomáticos, nas fases iniciais da infeção (início dos sintomas inferior a 5 dias), quando o vírus se replica rapidamente e a probabilidade de existir no organismo em quantidades elevadas é grande.
Assim sendo, e em modo de conclusão, a AEB em parceria com a Delegação de Saúde de Baião, vem por este meio sensibilizá-lo para a contenção na procura e realização dos testes rápidos como forma de diagnóstico negativo para si e/ou seus colaboradores, dando-lhe uma falsa sensação de segurança.
Fontes:
Caliendo AM, Hanson KD. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Diagnosis. Atualização de 30 de outubro de 2020. www.uptodate.com
Guglielmi G. Fast coronavirus tests are coming. Nature 2020;585:496-7
Marshall WF. How do COVID-19 antibody tests differ from diagnostic tests? Mayo Clinic, 11/11/2020
www.sns24.gov.pt/guia/teste-covid-19
Cátia Valente